domingo, 8 de agosto de 2010

Infância

(Hoje eu tentei lembrar de um poema que eu escrevi, em 1998, em uma aula de Português da 4ª série. Hoje, sendo dia dos pais, eu queria dedicar este poema ao meu, pois foi ele meu maior apoiador na escrita. Mas a minha memória está falha, e eu não consigo lembrar de dois versos, apenas dois, dos 16 que compõem as quatro quadras. E um poema incompleto não é um poema. Perde a razão, perde o sentido, perde a vida. Tenho a certeza de que o digitei, com uma máquina de escrever, em uma folha. A máquina já não escreve mais; e a folha, enfim, deve estar amarela e corroída. Procurarei e, ao achá-la, quitarei a minha dívida com esta homenagem)

Fica aqui, ao menos, o meu Feliz dia dos Pais.
E uma música que um amigo me mostrou hoje, dizendo que se lembrou de mim ao ouvi-la. :)

Alucinação (Engenheiros do Hawaii)

eu não estou interessado em nenhuma teoria
em nenhuma fantasia nem no algo mais
longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia
amar e mudar as coisas me interessa mais
muito mais...me interessa
eu não estou interessado em nenhuma teoria
nessas coisas do oriente, romances astrais
minha alucinação é suportar o dia-a-dia
meu delírio é a experiência com coisas reais
um preto, um pobre,
um estudante, uma mulher sozinha
blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
garotas dentro da noite...revólver:"cheira cachorro"
os humilhados do parque com os seus jornais
me interessam
amar e mudar as coisas me interessa mais
um corpo cai do oitavo andar
a solidão das pessoas nessas capitais
a violência da noite...o movimento do trâfego
amar e mudar...amar e mudar
amar e mudar as coisas me interessa mais
eu não estou interessado em nenhuma teoria
em nenhuma fantasia nem no algo mais
longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia
amar e mudar as coisas me interessa mais

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