segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um tipo diferente de honestidade

Curitiba, 27 de outubro de 2008.

Segunda-feira.

Eu quero ir pra Áustria também.
(atualizando os dados: eu quero ir à Áustria e voltar à Londres, com a Bia. =P)

Fui na CI (Central de Intercâmbio) ver passagens do Eurail (passes de trem). Dia bonito, quente, nada pra fazer - além dos 7 trabalhos contabilizados para a semana. Resolvi que seria uma boa caminhada ir à pé, apreciando a movimentação que pode ter o centro de Curitiba numa segunda-feira.

iPod do ouvido, tênis e uma bermuda. Filtro solar, óculos de sol e bolsa no ombro. Just that simple.

Andando, feliz e contente, apreciando a música e o calor que me fazia começar a me arrepender de ter ido à pé (já sendo tarde demais para isso). Depois da música "Matchmaker, Matchmaker" (Fiddler on the Roof), começou a do Creed: Don't stop dancing. Como eu gosto dessa música, aumentei o volume. A few steps later, uma moça parou na minha frente.

Simplesmente não conseguia ouvir o que ela dizia. Tirei um dos fones e a ouvi "...notas grandes".

"Ahn?", foi o que saiu da minha boca.
Ela prontamente me pediu para não correr, que ela queria dinheiro.

Olha, dinheiro eu não tinha, mesmo. Pra ser bem sincera, eu tinha uma nota de 2 reais e uns trocados. Era bem o que eu precisava se quisesse pegar um ônibus. Eu tirei o outro fone e ela continuou:

"Vamos, moça..."

"Calma", respondi.

Tirei meu mp3 da bolsa, enrolei e a entreguei. Sabe o quê?

"Eu não quero suas coisas não!! Eu não tô te assaltando. Eu só quero dinheiro, em notas grandes."
"Mas esse é um iPod...", ainda insisti.
"Não moça, fica com isso. Eu tô morrendo de fome!"

Já fui abrindo minha carteira, dizendo que eu não tinha o dinheiro que ela me pedia.

"Me dá essa nota de 10 aí."
"Não tem nenhuma nota de 10 aqui, olha!" - e não tinha mesmo. Era um papel apenas.
Entreguei minha nota de 2 reais pra ela, e todas as moedas que eu tinha.

E ela se despediu: "Brigada, moça. Fica com Deus!"
E saiu.

Demorei uns 2 quarteirões ainda pra parar de tremer. Mas cheguei ao meu destino. Na CI o atendente queria me cobrar não menos de 25 euros pra fazer uma transação pela internet que eu mesma posso fazer. Eu realmente acho mais garantido fazer isso com intermédio de uma empresa, mas não por 25 euros.

Voltei pra casa e fim de história.

Agora, eu pergunto: quem queria me assaltar mesmo?

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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

De dentro e de fora

"Não sou da universidade. Não vejo os defeitos, só as virtudes", disse o presidente.

Reportagem completa no link: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/09/03/ult105u6913.jhtm


Acho que é bem esse o problema... Ele não vê o defeitos, então não sabe que, pra abrir vagas nas Universidades (atitude que eu apoio, mas não dessa forma), é necessário melhorar, dentre outras coisas, a infra-estrutura. A exemplo do meu curso, onde serão abertas 6 novas vagas / semestre, totalizando 12 vagas ao ano (de 54 alunos / semestre, entrarão 60):

- os laboratórios alagam quando chove (se não é tomado o devido cuidado, os equipamentos - nada baratos - podem ser perdidos)
- turmas práticas de no máximo 12 alunos: para contemplar os 54 que entram, são necessárias pelo menos 5 turmas de cada disciplina. A disciplina de Farmácia Hospitalar, por envolver visitas semanais ao HC, em locais apertados (é um hospital público de grande porte, imaginem o tamanho das salas da Farmácia Hospitalar, do setor de dispensação, controle de qualidade, etc), comporta no máximo 6 alunos (7 se não tiver outro jeito!!) por turma... São pelo menos 8 turmas. Imagine um professor dar 8 aulas exatamente iguais toda semana!
- Sem contar que o número de turmas abertas NUNCA contempla o número de alunos que requerem a disciplina (isso pq é tudo cheio de pré-requisitos). Existem desistentes dos 54 que entram, mas ainda tem o PROVAR (reopção de curso / transferência) e os repetentes. Se teu rendimento acadêmico é um pouco mais baixo, lá por 6 ou 5,5, reze! É preciso fazer até promessa pra conseguir a vaga ou que o professor deixe que vc divida um microscópio, simplesmente pra não atrasar a formatura.

Quem leu o decreto, sabe que lá está escrito que serão abertas novas vagas para "o melhor aproveitamento da estrutura física já existente". Sei lá, pelo que eu aprendi em interpretação de texto, isso significa que a estrutura física está adequada (está?) e não necessita de investimento.

Mas tem coisa pior ainda nesse projeto. Uma das metas das Universidades que adotarem, é aumentar a relação professor:aluno pra 1:18 (atualmente aqui na UFPR é cerca de 1:10) significa aumentar o número de vagas, se minha matemática não falha. E eu já acho que 12 vagas anuais a mais desestruturarão bastante o curso. E o presidente ainda fala em contratação de professores (precisa, mesmo!)... Bem, quer dizer que vai ter que aumentar ainda mais o número de vagas... Né?

Aumentar a taxa de conclusão de curso
(menos desistentes, mais formandos), outra meta do REUNI, é bonito e tal. Mas, na prática, do jeito que a coisa anda nas Universidades brasileiras, isso significa diminuir a qualidade de ensino e passar nas disciplinas sem grande esforço. Quem tá indo bem na facul não desiste. Fato.

E essas metas devem ser cumpridas... Não é do tipo: "ah, seria bom, né". Se a Universidade não cumprir, ela não recebe o dinheiro do MEC. Aí é pior ainda: ganhou 2 mil novos alunos (a UFPR) e nem um tostão a mais. Bacana isso.

Eu apóio, muito, a inclusão social. Eu acho que deveria haver vagas para todos nas Universidades. Mas desse jeito eu não aceito. Pq só quem tá aqui dentro sabe o que tá ruim e o que precisa melhorar.

E aqui está ruim. Para mostrarmos (nós, estudantes) isso ao governo e aos próprios professores e administradores da UFPR, tiramos 2 no ENADE (e sim, ele foi boicotado). Agora o Lula sabe que tá ruim. Quero ver o que ele vai fazer em relação a isso.

Por isso eu sou contra o REUNI. Ele não resolve o problema, mas consegue enganar quem tá de fora. o REI-tor Moreira (hoje candidato a prefeito de Curitiba, oftalmologista e o responsável por aprovar o REUNI numa reunião do Conselho Universitário chamado às pressas e às escondidas, na ala da Maternidade do HC, enquanto a sala do COUN estava ocupada por estudantes) grita: "Eu aumentei o número de vagas nas Universidades". Fala que também pode ser repetida pelo presidente Lula.

E quem paga por isso sou eu.
É mole?

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Conclusões

Hoje?
Hoje foi um dia bom. =D

Sem muitas expectativas... Um bolo do Diretor do setor, um bate-papo com uma professora, um experimento que deu certo e uma janta agradável. Além do convite inusitado. ^^

Simples, sim, mas eu gosto.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Que festa!

"Vou sair pra ver o céu e me perder pelas estrelas..."

Eu estou com vontade de tomar um banho de chuva. Minha gripe que me perdoe, mas eu não vou desperdiçar a próxima chuva! Tem coisa mais simples que isso? Sabe quando você está no meio da rua, cheia de papéis, com aquela blusa nova e começa a cair água do céu? E você fica bravíssima (ou bravíssimo) porque justamente naquele dia você não levou o guarda-chuva, e não terá tempo para voltar pra casa pra trocar de roupa? Pois então. Eu sempre fui a primeira a me indignar com São Pedro, com essas peraltices dele... Mas agora eu tô louca por um banho de chuva!

Pra quem não sabe, no final do ano eu vou realizar um sonho. E agora é sério: a passagem já está comprada... Posso parar de dormir hoje?!

Agora, sobre o cotidiano.
Parei hoje para reparar nas pessoas ao meu redor. Eu desci com umas 15 sacolas de lixo, um cartaz duas bolsas (uma com as coisas da natação! =D)... Tinha um menino, que sempre está aqui embaixo interfonando para a moradora do terceiro andar. Ele estuda na mesma faculdade que eu, me deu "Bom dia", sabe que eu estava indo pro mesmo ponto de ônibus que ele, e ele sequer se ofereceu pra me ajudar. É mole? Era só segurar o cartaz enquanto eu jogava o lixo fora...

Vergonha ou preguiça?

"Comentário: não gostei da recepção de hoje. Achei muito, hum, acolorada. Tanto tempo sem comunicação, credo."

Um texto enfeitadinho pra hoje...

Eduardo e Mônica

Na casa, enquanto uns dormem, outros aproveitam-se da insônia e papeiam. Cadeiras viradas, garrafas de cerveja, guardanapos. Cigarros, inteiros e fumados, acumulam-se em cinzeiros, latas e no chão. Uma festa.

Pode-se escutar o som do violão e algumas vozes desafinadas tentando desenhar uma canção no ar. Há muito os pássaros estão despertos e acompanham a cantoria na varanda.
“Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar, ficou deitado...”, cantam Legião Urbana.

O sol está nascendo, mas o tempo parece não passar.

Um casal se abraça, se desprendem da cantoria e entram num particular, a dois. Os outros olham com certa indiferença, não por reprovarem a cena, mas por perderem duas vozes.
“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme...”, continuam a música. O violão ruge um som esquisito, trocando o mi pelo sol. Os cantores não se intimidam.
“Ela era de leão, e ele tinha dezesseis...”

De repente aparece um rosto inchado e sonolento na cozinha. Ele espia a cantoria e se sente convidado a integrar a festa. A cama estava quente e amassada. O rosto sobe as escadas vagarosamente, pensando se a cantoria ajudará na retomada daquele sonho com dragões e lesmas voadoras.

“E os dois se encontravam todo dia, e a vontade crescia...”

O casal se retira.

“Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer...”

Duas vozes acompanham um violão desafinado. O sol já nasceu. Os pássaros voam rasantes à mesa, dando seu próprio show. Olhares se entrecruzam.

“Construíram uma casa uns dois anos atrás...”

O violão erra novamente. Sorrisos. Satisfação do músico. Agora as vozes não parecem tão desafinadas.

“Porque o filhinho do Eduardo está de recuperação...”

O garoto esperou esse momento. “Ah! ahaaan”, imitando o Renato. Ele sorri para ela. Ela retribui desviando o olhar.

O violão cessa. O músico se retira. Os pássaros se acalmam. O sol se desfaz, caindo uma chuva fina. Mas continuavam ali: o violão, o músico, os pássaros e o sol.

Mesmo sem melodia, continuam a cantar.

“E quem um dia irá dizer, que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”

domingo, 24 de agosto de 2008

Upside down

Pra começar...

Falta do que fazer é algo incrível. Se, por um lado, é algo que me irrita e me deixa terrivelmente entediada, por outro são nesses momentos em que eu leio as coisas mais absurdas e mais legais.
Por exemplo: esses dias eu descobri que o tal do zíper foi inventado por um cara que não sabia amarrar os sapatos. Francamente, por mais que eu goste de zíper e feichecler (aprendi a escrever direito?), não era mais fácil aprender a amarrar os sapatos?

Tem outra! Essa todo mundo sabe, mas poucos se dão conta. Li no Orkut ontem: "Uma escada rolante quebrada é apenas... uma escada." Coisa estranha essa. Ela deixou de ser rolante, claro, mas continua sendo uma escada. A pessoa que fez esse comentário dizia que, se a escada rolante estava quebrada, deveria haver um aviso assim: "Escada rolante com defeito. Use apenas como escada." Bem pensado, né?

Falando em Orkut, coisa irritante essa. Ontem eu descobri o tal do BuddyPoke. Que coisa é aquela. É engraçadinho, sim, mas eu me senti mais presa ao Orkut depois que habilitei essa coisa. Fala sério, não dá aquela ansiedade de "Será que alguém mandou um poke em mim?" Aí eu tomei uma decisão. Não, eu não acho que apagar é uma opção viável, mesmo porque a comunidade da minha turma da faculdade me poupa vários problemas. Mas parece até MUD, sabe? Aquela vontade de entrar e ficar lá sem fazer absolutamente nada, apenas lendo coisas que eu já cansei de ler! Ah, tudo tem um limite nessa vida, né? Orkut só de noite, agora! Que papo de viciada!

"Babe I'm a little bit over my head"
Quem conhece dona Íris sabe que eu sou uma pessoa muito nostálgica. E que eu tenho uma memória para pequenos detalhes, e para datas, incrível. Acho que eu vou repetir uma frase que eu disse pra Giulia, quando estávamos vindo para Curitiba, em 12 de janeiro de 2002:

"[...]"

Né?

Mas, como diria Max Ehrmann: "Este ainda é um belo mundo" (Desiderata).

Falando em Janeiro de 2002, hoje resolveu esquentar. Que droga. O frio só serviu pra me deixar resfriada! E eu ouvi uma música linda. A introdução dela parece mesmo aqueles .mid que recebemos por e-mail! Mas melhora, quando você a acompanha com a letra.

Mas não se preocupem, não vou pôr a música aqui! Vou guardá-la! hahaha
Deixemos de nostalgias. Hoje, com esse tempo e com a minha gripe, eu só quero me sentar na calçada.


Mas, afinal, onde estão meus tamborins?!