quarta-feira, 14 de abril de 2010

Alicia Keys ao som de Zeca Baleiro

"Ando tão à flor da pele..."

Os últimos dias foram regados com uma triha sonora diferenciada. Ao som de Alicia Keys, venho a este reduto desenhar umas palavras.

Se fosse um trabalho de faculdade dissertar sobre as reviravoltas que a minha vida deu (ou não) desde o início do mês, podia escrever toda uma monografia, defendê-la e retirar meu título de Mestre em Peripécias.

Mas deixemos de xurumelas.

Jardim

No crepúsculo, a casa é silenciosa. De quando em quando ouve-se risadas de diferentes tons vindas dos mais variados cantos. Um gato passeia, arrogante, com seu olhar instigador e avaliador, parecendo escolher um lugar quente e confortável para dormir.


A noite está fria e nebulosa. A mesa da cozinha está repleta de farelos de pão e guardanapos. Um grupo de amigos conversa, caladamente, sobre o último lançamento dos cinemas. O filme é Alice e o local, Curitiba.


A TV transmite um programa sobre produção e consertos de pneus, e há apenas um par de olhos interessados. Os outros presentes da sala dormem, digitam, leem ou simplesmente arranjam seus pensamentos em uma cidade distante. No quarto ao lado há alguém perdido, preocupado, ao telefone. Na sala de estudos ninguém estuda; o gato encontrou seu lugar. O caminho pelas escadas é sombrio, temeroso, apagado. Em vários quartos há pessoas dormindo o sono do descanso, de mais um dia vencido e vivido.

E, no jardim, finalmente, há alguém. Há alguém em pé, encarando a rua. Há alguém parado, sem notar e ser notado. Há alguém angustiado, perturbado, descalço. No jardim há alguém, simplesmente, pensando.

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